Angela da Motta Pacheco nasceu em São Paulo onde sempre viveu. Sua família, consciente dos deveres e da generosidade, transmitiu-lhe o amor à vida, à liberdade, com responsabilidade.
Seu pai foi médico de reconhecida competência e sensibilidade deixando viva memória da bondade com que tratava os doentes e aqueles com quem convivia.
Sua mãe, atenta e cuidadosa na educação dos filhos amava as artes e tocava piano muito bem. Ensinou a beleza e generosidade das plantas e dos jardins. Deixaram o legado de suas vidas, vividas a dois, para seus filhos, familiares e amigos.
Seu grande apoio foi o aprendizado que recebeu nas escolas escolhidas, no primário e secundário do Instituto de Educação Caetano de Campos e do Colégio Rio Branco, com professores de mente aberta e conhecimento profundo das matérias que tinham prazer em ensinar. Por isso mesmo eram respeitados e amados.
Desde pequena preocupou-se com a Justiça. Tinha o sentimento do justo o que provavelmente levou-a a estudar Direito na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Voltou, mais tarde, para ali cumprir o mestrado e doutorado, tornando-se professora do Instituto Brasileiro de Estudos Tributários, participando de cursos extracurriculares de Direito no país, na área de Direito Público, especificamente Direito Tributário e Direito Ambiental. Exerce a advocacia com fé e dedicação.
Considera o Direito a grande viga mestra da convivência humana desde remotas eras. Foi, porém, somente no Século XVIII que se começou a reconhecer, com eficácia, os direitos do ser humano à liberdade, à educação e ao trabalho, deixando para traz as trevas do PODER. Riqueza que deve ser preservada no presente e nos deixar alertas contra a manipulação da verdade.[1]
Sempre foi ligada às artes, principalmente à literatura, à música e pintura. Encantava-a descobrir nas histórias contadas, aspectos da nossa humanidade nas personagens, nos ambientes em que viviam, provando a existência de uma identidade intrínseca que os faz humanos e a vastidão de sua alma.
Frequentou a Escola Livre de Música em São Paulo, no final dos anos cinquenta e início dos sessenta, sendo aluna de professores que amavam a beleza da música e trabalhavam incansavelmente. Estudou piano por mais de 20 anos.
Tem quatro filhos e seis netas que já escolhem o seu caminho pessoal iniciando sua vida profissional. Sempre atentas e dispostas ao conhecimento e às pessoas com quem convivem, atravessando os espaços na busca do imprescindível e bom em suas vivências.
[1] Montesquieu, Charles Louis (1689-1755). “O espírito das Leis”, Editora Universidade de Brasília. Tradução Fernando Henrique Cardoso e Leôncio Martins Rodrigues. 1982;
J.J. Rousseau: “O contrato social”. Martins Fontes. 1989 e Cesare Bonnesana, Marquês de Beccaria, in “Dei Delitti e delle Pene” (1764).