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A Flauta Mágica Ópera de Mozart

A Flauta Mágica Ópera de Mozart

Em 1984, um grupo do Clube de Jardinagem fez uma viagem a Buenos Aires. Queria ver o Parque Palermo e nele os canteiros de rosas de todas as cores. Rosas plantadas por anjos que desciam do céu, com as mudas, nas noites de lua cheia, e que, no silêncio da noite, com delicadeza as plantavam. 

Queria, na verdade, conhecer as primaveras de lá, na cidade e nas redondezas. 

Quando cheguei ao hotel, como fazia em viagens, pedi o programa de música, ali, do Teatro Colón. E lá, para minha surpresa e alegria estavam apresentando a “Flauta Mágica” de Mozart. Nunca a havia visto. Só ouvido. A música é belíssima. 

Wolfgang Amadeus Mozart.[1]  iniciou suas obras de compositor aos 4 anos de idade e de compositor teatral aos 11 anos. Dentre suas obras magistrais está a Flauta Mágica, a preferida de Beethoven. Cronologicamente é sua última ópera, composta nos meses de março a julho e setembro de 1791. 

Estreou em setembro do mesmo ano no Teatro auf der Wieden de Viena. Foi acolhida, divulgada e realizada em inúmeras representações, não só em Viena como Praga, Paris, Amsterdam, Londres e muitas outras cidades da Europa e América. 

Mozart morre dois meses depois não chegando a conhecer o sucesso da ópera. E este sucesso percorre o mundo, nos séculos XIX, XX e XXI.   

A história dessa ópera é já interessante. 

Um amigo de Mozart, Emanuel Schikaneder pediu-lhe para compor a música de um espetáculo de marionetes. Era empresário de uma companhia teatral. Faria o libreto de um conto que escolhera numa antologia de narrativas orientais. Nele, um malvado feiticeiro raptava a filha da Rainha da Noite que seria resgatada por um príncipe. 

Acontece que, logo a seguir, aparecera uma ópera com enredo parecido que teve grande sucesso. O amigo encarregado do libreto teve de alterar o sentido e o roteiro da primeira. A ação foi situada no Egito. A figura do feiticeiro transformou-se em Sarastro, sábio sacerdote de Isis.

Sarastro representa o poder, não pela força, mas pela sabedoria. 

Ato I - No início do 1º ato, Tamino (o príncipe) tomba inconsciente após tentar escapar de um dragão que foi morto a seguir, pelas damas da Rainha da Noite. Ao voltar a si, vê um estranho personagem coberto de plumas, dançando. É Papageno, o passarinheiro da rainha que toca sua música em flauta de Pã. 

Explica a Tamino que se encontram no reino da Rainha da Noite.

As damas retornam e mostram-lhe um medalhão com o retrato de uma jovem. E Tamino se apaixona por ela (Canta, então uma das árias mais belas de Mozart, para tenor: “Dies Bildnis est bezanbemd Schön.)”.

A moça é capturada pelo Gran Sacerdote Sarastro para ser instruída na Sabedoria. Tamino jura resgatá-la e logo aparece a Rainha da Noite, que, desesperada pela perda da filha, lhe promete Pamina em casamento, se ele a libertasse.

As damas entregam a Papageno um carrilhão e a Tamino uma flauta de ouro, ambos instrumentos mágicos que os livrariam dos perigos da jornada. 

A próxima cena é no interior do palácio de Sarastro. 

Um mouro brutal persegue Pamina: Monostatos.

Chega Papageno, o passarinheiro, que reconhece Pamina e lhe promete que será resgatada por um jovem por ela apaixonado.

O final acontece numa clareira do bosque onde há 3 Templos: o da Sabedoria, o da Razão e o da Natureza.

Tamino canta expressando o despertar de sua consciência. Vê, então, Papageno que toca a flauta, e traz consigo Pamina.

Monostatos os captura. Papageno utiliza-se do carrilhão mágico e põe o mouro e seus escravos a dançar.

Ouve-se um coro em Glória de Sarastro. O que irão dizer?

- A verdade, responde Pamina.

Pede-lhe perdão e diz ter tudo ocorrido pela perseguição do mouro. Sarastro o condena, então. 

Tamina e Pamino se encontram.

São conduzidos por ordem de Sarastro para o Templo das Provas, onde deverão demonstrar que são dignos da felicidade.                  

Ato II  - A cena passa-se em frente ao templo. 

Sarastro comunica seus planos aos sacerdotes: os deuses decidiram o casamento de Pamina e Tamino. 

O casal terá de superar severas provações para ser admitido no Templo. Sarastro pede aos deuses que lhes deem força, pois aspiram à sabedoria. 

Os sacerdotes dizem que eles poderão perder a vida na busca da verdade. 

Tamino entra. Chega o momento da prova do fogo e da água. Juntam-se os dois para a prova final. Segue-se um dueto. 

A delicadeza da ópera, a beleza dos cenários, combinam com o amor dos jovens, a superação do medo do desconhecido e a busca da verdade.  

É sempre bom conhecer a história da ópera, pois a música a acompanha, seguindo os sentimentos expressados: ora alegria, ora tensão, ora esperando um fato trágico, decisões injustas impostas aos personagens. 

Esta ópera impressiona pela beleza da música. 

Artistas de outras áreas dela trataram. Ingmar Bergman, cineasta sueco de inúmeros filmes, transformou a “Flauta Mágica” em cinema de rara beleza.[2]               

 

[1] Wolfgang Amadeu Mozart (1756-1791).

[2] A Flauta Mágica. Ingmar Bergman. Suécia. 1975. 

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